Nós, mulheres da periferia reforça importância do trabalho em rede na América Latina

Published on fevereiro 26, 2025 by The Engine Room

Por Bianca Pedrina Nós, mulheres da periferia

Atuar no ecossistema de jornalismo com o nome que carregamos — Nós, mulheres da periferia — é, ao mesmo tempo, desafiador e inspirador. Pode ser pesado, considerando que somos múltiplas e perseguimos como meta abarcar a totalidade do que representamos.

Como narrar histórias, zelar e refletir sobre memórias? Nestes 10 anos de existência do Nós, essas inquietações têm sido respondidas pela escuta ativa das nossas dores, angústias e conquistas.

Validar se estamos comunicando da maneira que acreditamos requer mais do que palavras: exige ouvidos atentos. Esse trabalho não é feito apenas por quem fundou o Nós, mas também por quem dá razão para nossa existência: mulheres negras e periféricas.

Esta parcela da sociedade circula em um mundo que a julga, a culpabiliza e a explora. E, ainda assim, encontra fôlego para seguir. A dor pode forjá-la, mas nunca definí-la.

A missão de trazer narrativas plurais e diversas só é possível com a força da comunidade, do trabalho em rede com outras mulheres e com nossos pares comprometidos em fazer jornalismo de qualidade. Sim, fazemos jornalismo. Mesmo que tentem nos encaixar em outros nichos para nos afastar dessa ferramenta essencial de comunicação e informação

Reconhecer outros meios de comunicação que também narram vidas historicamente invisibilizadas e enfrentam desafios semelhantes reforça que não estamos sós. Nosso compromisso é construir um ecossistema de informação que promova a equidade e desafie estruturas de poder. Como Nós, mulheres da periferia, acreditamos que só seremos plurais e diversas se estivermos conectadas, aprendendo umas com as outras, compartilhando nossas dores e potencializando nossas conquistas. Este é o caminho para que o jornalismo seja, de fato, uma ferramenta de transformação social.

Esse olhar ampliado foi fortalecido no encontro “Restaurando ecossistemas informacionais”, realizado no Chile, em novembro de 2024, pela organização The Engine Room. Durante dias ricos de trocas, aprendemos com organizações como Baudó/Agência Pública e Mutante (Colômbia), Vita Activa e LatFem (Argentina), Projeto Lava e Alharaca (El Salvador), Quid (Brasil), Sembramídia (República Dominicana), Social Tic e La Sandía Digital (México), Ella Cuenta, Mullu TV e Rádio Ambulante (Equador).

A generosidade de cada organização ao compartilhar experiências, desafios e aprendizados nos reafirmou como complementares em nossas narrativas e em nossa força coletiva.

Esse encontro, repleto de afeto e reflexões, nos trouxe fôlego para seguir a jornada. Ele reafirmou que o futuro do jornalismo é coletivo. É com colaboração, aprendizado e coragem que seguimos desafiando estruturas e narrando as histórias de quem ainda é invisibilizada.

_____________

Español 

Nosotras, mujeres de la periferia reforzamos la importancia de estar en la red en América Latina

Por Bianca Pedrina por  Nós, mulheres da periferia

Trabajar en el ecosistema periodístico con el nombre que llevamos – Nós, mulheres da periferia – es desafiante e inspirador al mismo tiempo. Puede resultar pesado si tomamos en cuenta que somos diversas y nuestro objetivo es abarcar a todas las mujeres que representamos.
¿Cómo narramos historias, nos cuidamos y reflexionamos sobre los recuerdos? En estos 10 años de existencia de Nós, estas inquietudes han sido respondidas escuchando activamente nuestros dolores, ansiedades y logros.
Validar si nos estamos comunicando de la forma en que creemos requiere más que palabras: requiere oídos que escuchen. Este trabajo no lo hacen solo quienes fundaron Nós, sino también quienes dan razón de nuestra existencia: las mujeres negras y periféricas.
Esta parte de la sociedad vive en un mundo que las juzga, las culpa y las explota. Y, sin embargo, encuentran el aliento para continuar. El dolor puede forjarte, pero nunca definirte.
La misión de acercar narrativas plurales y diversas solo es posible con la fuerza de la comunidad, en red con otras mujeres y con nuestras compañeras comprometidas con producir periodismo de calidad. Sí, hacemos periodismo. Incluso si intentan encasillarnos en otros nichos para mantenernos alejadas de esta herramienta de comunicación e información.
Reconocer otros medios que también narran vidas históricamente invisibles y enfrentan desafíos similares a los nuestros refuerza el hecho de que no estamos solas. Nuestro compromiso es construir un ecosistema de información que promueva la equidad y desafíe las estructuras de poder. Como Nós, mulheres da periferia, creemos que solo seremos plurales y diversas si estamos conectadas, aprendiendo unas de otras, compartiendo nuestros dolores y potenciando nuestros logros. Esta es la manera en que el periodismo será verdaderamente una herramienta de transformación social.
Esta visión ampliada fue fortalecida en el encuentro “Restaurando ecosistemas de información”, realizado en Chile, en noviembre de 2024, por la organización The Engine Room. Durante las jornadas de intercambio, aprendimos de organizaciones como Baudó/Agência Pública y Mutante (Colombia), Vita Activa y LatFem (Argentina), Proyecto Lava y Alharaca (El Salvador), Quid (Brasil), Sembramídia (República Dominicana), Social Tic y La Sandía Digital (México), Ella Cuenta y Mullu TV.
La generosidad de cada organización al compartir sus experiencias, desafíos y aprendizajes nos reafirmó como compañeras en nuestras narrativas y en nuestra fortaleza colectiva.
Este encuentro, lleno de cariño y reflexiones, nos dio aliento para continuar en el camino. Reafirmó que el futuro del periodismo es colectivo. Es en colaboración, en aprendizaje y coraje colectivo que continuamos desafiando estructuras y contando las historias de aquellas que aún son invisibles.”